quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Eu vou pra Blumenau... o/


Caros amigos e amigas que acompanham minhas atualizações, quando vocês estiverem lendo isso eu estarei na estrada, rumo à Blumenau, para participar da maior festa alemã fora da Alemanha.

Será minha primeira vez na Oktoberfest. Estou um pouco ansiosa por isso. Tomara que eu goste. Vocês sabem né, a primeira vez é inesquecível... ;)

Pois bem, as postagens voltarão ao normal quando retornar (caso eu esteja fora do coma alcoólico, torçam para que sim!). Prometo fazer o relato mais fiel do que acontecer por lá. Ou o que eu conseguir me lembrar.

Ein prosit!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Decepcionada com o mundo!


Penso que tenho criado em volta de mim sonhos utópicos e essencialmente maléficos.
E eles só permanecem tão próximos porque os alimento.
É como se meu espantalho, já não espantasse mais...

Talvez o segredo seja não esperar demais; fantasiar menos; desacreditar mais.
Aprender a jogar com as cartas que tenho e não esperar o "ás" em todas as rodadas.
Preciso parar de ler livros difíceis, deixar morrer os amores impossíveis e contar as pétalas da flor antes (para não cair no mal-me-quer depois).
Esquecer os filmes que eu não entendo e parar de interpretar sentimentos (isso se houverem sentimentos).
Nem tudo tem uma razão, tampouco, explicação!

Vai ver, o que eu mais precise hoje seja apenas de uma distração: me ater aos detalhes, sair na chuva, afagar um gato, olhar o vento pastorear as nuvens, valorizar mais a vida e entender as razões da cortina.
Ter conversas mais fáceis, comer mais no Mc Donalds (ao invés de coisas saudáveis), mais vontades, menos necessidades, menos prática, menos teoria e mais vácuo.
Fazer yoga, pole dance, reiki ou qualquer droga que me leve para beeeeeeeem longe das coisas que eu acho que gosto, que eu penso que me fazem bem. Mas não fazem!

Talvez o segredo seja não esperar demais, afinal quem não espera não se decepciona.

O que escrevi agora, por exemplo, pode ter sido feio, chato e sem graça... Decepcionante até!
Porém se eu e você não tivéssemos esperado demais, de fato, não teríamos nos decepcionado... :)


Eu sei que não sou perfeita, nunca fui e ACHO que nunca quis ser.
Sou chata, tenho um humor muito instável (sou capaz de ir de um estados de extrema euforia a uma depressão em questão de minutos). Sou introvertida e nem sempre ando sorrindo pelos cantos (muito pelo contrário). Não costumo ser simpática com frequência, tenho um orgulho enorme e não sou muito boa com pedidos de desculpas. Não sou otimista, não sou amiga de todo mundo, nem tenho espírito de liderança. E eu tenho consciência disso, e de muito mais que isso, mas se tem uma coisa que dou um valor absurdo são as pessoas com quem verdadeiramente me relaciono.

E, hoje, posso falar com toda a certeza, a dor de decepcionar-se com alguém querido é mil vezes maior que dor de dente, enxaqueca, gastrite e afins. Se um dia achei que tinha perdido meu chão, esses dias senti que perdi a mim mesma.

Mas tudo bem, cedo ou tarde, hei de me achar em qualquer esquina dessas, perdida por aí...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

:'(


Ele viajou alguns quilômetros e ela está triste porque ficou. E ficou longe dele, antes mesmo dele vir. Não fica assim, todos dizem, ninguém merece a sua tristeza. Mas não adianta. Ele está entre os amigos que não quer perder, mas não consegue ficar feliz. Por causa dele, lá longe. E dela. Claro, sempre tem uma outra. Senão seria muito fácil.
Ela se entrega demais. Agora como se fosse nunca mais. Sente na carne. Dias sem comer, não só por falta de vontade, mas por não conseguir. Eu tento fazer uma piada — e eu sou péssima com piadas — mas ela ri, porque a história é verdadeira e essas são as melhores piadas que eu conto. São várias as histórias — a vida pode ser tragicômica pra alguns. Conta aquela coisa engraçada pra eu rir, canta a voz doce e melancólica.
Mas ela não vai rir por muito tempo. Nem eu.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Amar o amor...

...e suas infinitas consequencias!

Depois de horas, quiçá dias ou meses, tentando entender certos pormenores, acabei desistindo e jogando a toalha. Digamos que eu esteja numa situação interessante: uma escolha a fazer e dois caminhos a seguir.

Que critérios utilizar? Não sei. Os rumos que cada escolha me levaria, valeriam a pena? Não sei. O desgaste evidente seria suportável? Não sei.

E de repente, me sinto tão pouco racional que entro em pânico. As vezes me dá raiva essa intensidade desmedida que não me permite ser superficial. Para que isso, afinal? De que vale essa porcaria? Só por que é bonito? E daí? Quem se fode no final sou eu e não os outros. E os interessados, quase nunca dão valor!

Acho que ando cansada de ser quem eu sou. Vontade de me vestir de alguém por algum tempo. Eu poderia muito bem fingir, mas não é tão simples quanto parece. Todo extremo é um exagero e todo ele é condenável. Já conheço minha sentença: o descontrole.

Não entendeu o título? Desconsidere-o.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

?


Como se fosse alguém, ela foi e fez, brincou, falou sério, seduziu, deu pontapés, gemeu, gritou, tentou até as últimas consequencias. Mas, como não é ninguém, seu esforço não adiantou e tudo continuou do mesmo jeito: confusões, brigas e discussões para dar e vender.

De que adianta essa coisa toda então?

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A medrosa


Tenho medo de acordar. Nos sonhos as coisas acontecem e aqui eu só espero. Fico paralisada. De tanto pensar, não faço nada. Minha vida é o lugar do não-dito e do não-feito. Pouca ação e muita reflexão, o tempo todo. Talvez por isso os sonhos sejam tão fortes. Neles eu sinto dor e alegria. E aqui eu fico no limbo dos covardes, dos que pensam mil vezes antes de cada passo e quase não andam.

Acho que é tudo culpa do medo. Ele determina a minha não-ação. E eu tenho medo de errar, de magoar e de ser magoada. Os mais corajosos não são os que nada temem, mas os que vão em frente, mesmo com medo. E eu não vou em frente. Não recuo. Fico na corda-bamba. Espero o vento decidir se me empurra ou se me deixa ficar aqui.

Uns me dizem que fariam tudo diferente, que no meu lugar iriam até o fim, recolheriam as migalhas. Mas, você (e só você) entende que eu não quero as migalhas. Mas o que eu quero? Também não sei. Aliás, eu quase nunca sei. Acho que tenho medo de saber. Tenho medo de querer e não conseguir. Eu tenho medo...


A emoção mais forte e mais antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e mais antiga de medo é o medo do desconhecido.” Lovecraft

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Repaginação: nunca fui normal

Quando eu era criança, as fitas que eu mais ouvia eram Pink Floyd e Xuxa. Depois vinha Michael Jackson e Sandy & Junior. Meu passado me condena, fazer o que?

Na época de definir o gosto musical mesmo, aquela parte indefinida da vida, que pode ir dos 0 aos 18 anos – e no meu caso foi ali pelos 11 ou 12 -, eu pendi loucamente para o progressivo. Aquele mais mainstream mesmo, o Jethro Tull, o Rush, o Yes, o Genesis, etc. Depois foi o metal melódico, metal progressivo. Aquela coisa bem punheteiro cabeludo de 15 anos. Nerd. Quer dizer. Que tipo de pessoa aprecia progressivo e metal, né? Aí veio Pantera, que foi tipo um meteoro da paixão na minha vida, e veio de um jeito meio sem querer, com Vulgar Display of Power, para dar um stop nas cinco horas diárias de lamentação ouvindo Dream Theater. E aos 16 veio Alice Cooper, David Bowie, Deep Purple, The Doors, e uma infinidade de coisas. Até os 15 eu nunca tinha ouvido Kiss,  nem Beatles. Mas já tinha ouvido Bach, bastante. Deve ser por isso que meu #1 sempre foi o progressivo, embora eu tenha tido a fase Hibria, Angra, e derivados, ali por volta dos 17.

Mas… who cares, bitch?

O fato é que, sempre ali à margem, tinha Ramones, Nirvana, Sex Pistols, The Clash, Pixies. Blablablá. Gente que, para mim, fazia música tosca. Não via nada de legal em ouvir Nevermind e não entendia que diabos era o grunge, e nem porque faziam tanto alarde sobre isso. Mesma coisa sobre punks. Para mim não passavam de um bando de gente fedida, esquisita, que não sabia fazer uma música decente. Nunca prestei atenção nas letras, nunca pesquisei sobre o movimento. Nada.  Hardcore, punk, emo, grunge, rock de garagem, era tudo bullshit.

(A despeito disso, amava AC/DC, não pergunte).

Sempre fui muito certinha. Demorava muito para expressar opinião sobre algo, pesquisava muito antes de falar sobre qualquer assunto. Era CDF. Tinha uma dificuldade imensa de me comunicar de qualquer jeito além da escrita. O maior exemplo disso é o fato de que eu só fui falar com o pessoal do meu colégio três anos depois de ter me formado (aquelas pessoas fora do meu círculo de amigos). Eu era gordinha. Usava óculos, tinha espinhas. Vestia roupas ridículas. Nunca me sentia bem em lugar nenhum. Fazia kick boxing e sofria um bullying intenso por estar sempre acima do peso e fugir um pouco do 'padrão'. Gostava de computadores e sabia usar o windows 98 contra as pessoas das quais eu arrancava o endereço de ip. Eu tinha uma rã de estimação. Eu gostava de rpg.

Ou seja, se eu fosse menino, eu teria cara de metaleiro punheteiro de 15 anos.

Com o passar dos anos, as experiências, as responsabilidades, eu fui mudando. Eu não lia mais só livros de aventuras medievais, eu comecei a ler blogs, livros sobre filosofia, artigos, etc. Com o passar do tempo descobri que demorar para me sentir bem nos lugares me prejudicava, e que ser tímida só dificultava as coisas. Me vestir mal só tornava tudo pior.

Aí entendi que as pessoas seriam legais comigo, se eu também fosse legal com elas. Fui ficando mais descolada. Parei de usar as roupas que a minha mãe me dava, fui comprar as minhas próprias, etc etc. O pensamento também foi acompanhando a mudança externa. Fiquei mais libertária, mais libertina.

E eu sinto que cada dia eu sou mais e mais mente aberta. Gosto de conversar. Me adapto mega rápido à lugares diferentes. É fácil me fazer sorrir.

Com essa transformação, de uns quatro anos para cá, veio o Nirvana, o The Clash. Se eu tinha aberto a cabeça para tantas coisas, porque não para o rock? Ouvi, prestei atenção no que aqueles caras diziam… E amei.

O som seco, alto, e simples, já não era mais motivo de desprezo. Era admiração. Porque eu me sentia assim. Livre para ser quem eu queria, falar o que eu quisesse. Eu parei de me preocupar com o que os outros pensavam de mim, passei a me preocupar com as coisas que eu achava que eu deveria lutar por. Se eu tivesse que chutar a mesa para chamar atenção para algo que eu julgasse injusto: eu chutaria. Sem pensar duas vezes.

Nessa época veio o feminismo, as tatuagens, a descoberta da liberdade sexual, e – o mais importante – notar que as pessoas gostavam de mim assim, autêntica.

Isso é muito grunge,  punk, e bem hardcore. Conhecer a si, a sociedade, saber o que se quer, e não dar bola para se você se ajusta numa bolha ou não… Isso coincidiu para mim com a descoberta do estilo musical, de toda uma gama nova de bandas para ouvir. Foi muito massa.

Jamais consegui tirar aquela adolescente socialmente inapta de dentro de mim, assim como sempre vou gostar de rock e metal progressivo, requintado, esmirilhado. Mas isso não vai me impedir de ouvir rock de garagem, cru, com jeito de teenager, cheio de palavras politizadas. Descobrir que eu posso apreciar músicas que falam de Tolkien  tanto quanto as que falam de repressão midiática, é fantástico.